Organização afirma que assédio no ambiente de trabalho está disseminado pelo mundo
Mais de uma a cada cinco pessoas empregadas já sofreu alguma forma de violência e assédio no local de trabalho em todo mundo, revelou uma investigação publicada nesta segunda-feira (5) pela OIT (Organização Internacional do Trabalho).
“A violência e o assédio no trabalho estão muito disseminados no mundo”, afirma esta investigação conjunta da OIT, da Fundação Lloyd’s e do instituto de pesquisas Gallup.
“Mais de uma pessoa empregada em cada cinco (22,8%, ou seja, 743 milhões de pessoas) sofreu pelo menos uma forma de violência e de assédio no trabalho durante sua vida profissional”, de acordo com dados coletados no ano passado.
Segundo o relatório, 31,8% das vítimas declararam ter sofrido mais do que uma forma de violência e de assédio, e 6,3% delas se viram confrontadas com as três formas (física, psicológica e sexual) deste fenômeno no âmbito de seu trabalho. Menos de 55% das vítimas falaram de sua situação.
Isso “pode refletir que, em muitos casos, não é apenas uma questão tabu, mas que as pessoas entrevistadas sentiam vergonha e culpa, pois podem pensar que, de uma forma, ou de outra, seu comportamento ou sua conduta pode ter levado a outra pessoa a desrespeitá-las”, explicou a subdiretora-geral da seção da OIT dedicada à governança, direitos e diálogo, Manuela Tomei, em entrevista coletiva.
A pesquisa foi feita com 75 mil pessoas entrevistadas em 121 países, a maioria por telefone.
A violência psicológica é a mais comum e atinge 17,9% de homens e mulheres.
Em seguida, está a violência física, que atinge menos de uma pessoa em dez (8,5%). Segundo o estudo, os homens são mais propensos do que as mulheres a denunciar esse tipo de violência.
Já a violência e o assédio de natureza sexual atingem cerca de 1 trabalhador em cada 15 (6,3%), sendo “as mulheres as mais expostas”.
Mais de 8% das mulheres foram vítimas desse tipo de violência, contra 5% dos homens.
Os números do estudo mostram, ainda, que a violência psicológica tende a afetar mais as mulheres do que os homens, enquanto estes últimos são mais vítimas de violência física.
Fonte: Folha de São Paulo