Presidente também citou o teto de gastos como obstáculo para reajuste de servidores
O presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou os demais servidores públicos federais de “grande problema” e os citou como obstáculos para garantir o reajuste de agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
“Digo a vocês publicamente, PRF, o grande problema não é o nosso lado, são colegas, outros servidores, que não admitem reestruturar vocês sem dar aumento até abusivos para o outro lado”, afirmou o presidente.
As declarações foram dadas na manhã desta segunda-feira (30) em entrevista no Recife, onde o presidente sobrevoou áreas atingidas pelas chuvas que deixaram ao menos 91 pessoas mortas em Pernambuco nos últimos dias.
No discurso na capital pernambucana, o presidente também citou o teto de gastos como dificuldade adicional para reajustar os salários dos servidores e destacou eu não pode conceder reajustes sem dotação orçamentária.
“Nós somos escravos da lei. Não vamos buscar alternativas, subterfúgios ou incorrer em crime de responsabilidade para atender quem quer que seja. Reconhecemos o trabalho de todos os servidores, aqui a PRF, a PF e tantos outros, mas no momento está bastante complicada a situação”, disse.
Na sequência, afirmou que espera ter a oportunidade de “não só reestruturar carreiras, como conceder reajustes”.
Na semana passada, o governo decidiu elevar o tamanho do corte no Orçamento deste ano para acomodar um reajuste para os servidores federais. Após o anúncio de uma tesourada de R$ 8,2 bilhões, o valor deve subir para R$ 13,5 bilhões.
As pastas mais atingidas pelo bloqueio de recursos devem ser Educação, Ciência e Tecnologia e Saúde.
O corte maior do que o previsto vem depois que o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou que, embora haja estudos para privilegiar policiais com aumentos diferenciados, a tendência do governo é conceder um reajuste de 5% para os servidores públicos neste ano.
“Está havendo críticas e ameaça de greve de outros setores, mais variados possíveis. [Então] qual a tendência? É 5% para todo mundo”, disse Bolsonaro.
Segundo apurou a Folha, a reserva preventiva deve contemplar um espaço para eventual reajuste diferenciado para integrantes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), carreiras que têm salários menores que a PF (Polícia Federal).
Fonte: Wagner Advogados